Sábado, 31 de Dezembro de 2005

Quero ser a tua pele, o sangue que te corre nas veias, percorrer-te, tocar-te e fazer parte de ti, quero ser a tua manhã quando acordas depois de um sonho a dois, e a tua noite quando te deitas e repousas dentro de mim.
Quero ver-me dentro dos teus olhos, quando me fazes brilhar de prazer, e me apagas a luz com o teu corpo, quero beber da tua boca beijos teus, de sabores doces e salgados, de ti e de mim misturados, quero ser o borbulhar, o arrepio que sentes quando as tuas mãos tocam os meus seios, quero ser os murmúrios que deixas escapar entre carícias e ternuras que a minha língua te oferece.
Hoje quero estar no fim da contagem decrescente de um orgasmo teu, e abraçada a ti, quero contar em uníssono as doze badaladas que anunciam o fim deste sonho, e o começo de outro mais intenso.
Sexta-feira, 30 de Dezembro de 2005

Querer sem saber, e ter sem poder, a injunção de um sofrer, que transborda das mãos de quem procura o seu reflexo, na superfície de um qualquer lago, e não se vê, porque se sabe encontrado numa outra alma, onde a ternura perdura pelo infinito da eternidade, e a doçura escorre por entre os dedos.
Livre-arbitreo ou imposição de forças que não se vêem, sentem-se, para lá da pele, dos sentidos e das sensações, que a atracção sobrenatural não proíbe, magias e feitiços de um mago, alquimista ou feiticeiro, derramados e transformados em doce Amor, e imediatamente em amarga saudade.
Antagonismos e venturas de uma vida, perdida na procura de uma felicidade momentânea, um instante, um ensejo errante, uma viagem aos primórdios do tempo, num relâmpago surdo de memórias por apagar, numa futurologia nula, sem pernas para andar, porque desde o inicio, fez parte do passado.
Quinta-feira, 29 de Dezembro de 2005

Em sonhos, inventei-te à imagem dos meus vazios, nunca te procurei, cruzaste-te comigo quando o Universo, inesperadamente nos juntou junto a uma folha branca, quando te sentaste ao lado das minhas fantasias e desenhaste o teu Amor no meu corpo. Acariciaste-me as certezas, aqueceste recantos meus olvidados, sorriste-me à alma, reencontrei-me nos teus hábeis dedos e acreditei no mundo paralelo onde residiam os meus segredos de menina. Recuámos no tempo, as almas fundiram-se, quando os olhos se tocaram, e os lábios se entregaram na paixão de um beijo doce, momentos de carinho e meiguices sentidas, despertar de sentimentos novos e antigos, esquecidos e encontrados dentro de mim, deste-me asas, acordei borboleta e voámos juntos para céus de ninguém. Num abraço eterno, pairámos sobre esta quimera de ilusões mágicas, desafiámos a consistência da verdade, que não permite ser, o que sentimos dentro. Regressas à realidade onde não te encontro, que te leva para longe de mim, que te absorve a cada dia que passa, enquanto eu, sonho acordada, de olhos bem fechados, aparentando não perceber, porque não quero sofrer, nem ver-te partir.
Quarta-feira, 28 de Dezembro de 2005

Pinceladas de cor nas sombras abstractas da minha imaginação, brilhos deixados num por do sol cheio de luas, penumbra de sentimentos traçados a pormenor, com um pincel fino, que a brisa marinha desbota no invisível, deste mundo de criatividade. Olhar critico que deixa o destino da tela, à mercê dos meus olhos fechados, confiante no talento que me nasce da alma, cores que escorrem e se misturam sem sentido, dão vida a uma melodia silenciosa que os olhares escutam, texturas do momento que nunca mais se repetem e que o tacto de quem sonha ao contrário, sentirá de outra forma.
Colorido de incompreensão inócua, na simples escolha da parede branca, onde a intensidade perfeita, da luz de um dia de Verão, realçará o sentido do delicado quadro, que tentadoramente, ainda está fresco. Num instante de raiva inesperado, as minhas mãos, penetram nas tintas, e com elas se misturam, metamorfoseiam o frágil efeito artístico do desenho, nascido do acaso, os meus dedos deslizam cruamente e sem nexo, entre contornos e efeitos visuais, reinventam novas formas de sentir, novos traços, impressões eternas, para sempre gravadas na pintura final, num momento de cega loucura, que o tempo jamais irá apagar.
São segredos abertos e entregues aos olhos de quem vê, que apenas eu consigo entender, sofrer e decifrar.
Terça-feira, 27 de Dezembro de 2005

O momento levou-nos à loucura, onde o desejo é difícil de conter, deixámos o resto lá fora, fechado dentro de um mundo falso que não é nosso, esperas-me na penumbra de um fim de tarde, entre segredos e mistérios ocultos. Na cumplicidade de um olhar, as mãos procuram-se num leve tocar, num abraço eterno que não acaba no tempo, num arrepio que sentimos e nos excita. Partilhamos a ansiedade de sentir pele na pele, boca na boca, onde os gostos que as línguas misturam, se derramam em nossas almas, nos incendeiam o sangue em orgasmos suados que intensamente se sentem, se ouvem como melodias de prazer, saciando a avidez dos nossos corpos, preenchendo o vazio que em nós habita, numa troca de Amor e paixão húmida, que em mim, e em ti nasce, de cada vez que pensamos um no outro.
Segunda-feira, 26 de Dezembro de 2005

Alva folha de papel que sou, na fragilidade efémera de uma carta, que o tempo escreve, deixo a pena acariciar-me, abrir estradas de sentimentos, que não te escondo, mesmo quando, no teu silêncio, oiço a tua voz e relembro momentos.
Fecho-me em mim e remeto-me a ti, num envelope de seda, de mim perfumado, onde solto palavras de sonhos, magias inventadas noutros tempos, quando os contos de fadas te encantavam. Sinto-te sorrindo, quando as tuas mãos me tocam, me abrem de mansinho, e me lês, quando os teus olhos de anjo param no tempo e me olham para além do que eu consigo ver, sinto-te voar comigo no céu do nosso mundo, na leveza dos sentidos que tentas esconder e decifrar, ao mesmo tempo que me apertas junto ao peito e me guardas juntinho a ti.
Domingo, 25 de Dezembro de 2005

Escureceu em mim, extinguiu-se a Luz, no céu desta noite minha, caminho perdida nos espaços vãos entre os raios de luar que as lágrimas não permitem ver, o vento frio gela-me a alma e estremece-me as certezas, o silêncio da escuridão, trespassa-me os sentidos e leva-me o alento para longe daqui, não sei que rumo tomar, perdi-me na dúvida e na saudade, vagueio entre perguntas e verdades, beijos e cumplicidades que a loucura dos sentimentos deixou a descoberto.
No brilho das estrelas reencontro a saudosa solidão, nostálgica companheira, de quem aprendi a gostar, porque de mim sempre fez parte, exausta e sem forças, a ela me entrego, preciso de curar as feridas de um Amor intenso que me arde nas veias e sarar a vontade imensa de voar para o teu mundo, que também é o meu!
Sábado, 24 de Dezembro de 2005

Nesta quadra festiva, sou o teu presente, o teu futuro e o teu passado, sou o brilho que se espelha nos teus olhos como luzinhas de Natal, sou o laço que te envolve e te enfeita a alma. Neste Natal estarei contigo à mesa, onde me devoras sem me tocar, sou a iguaria que te apetece e te faz salivar com vontade de provar, sou o aroma de canela que perfuma o ar que te rodeia, o sabor delicioso que te invade a boca e te deixa o paladar insaciado.
Visto-me da cor da paixão e ofereço-te os meus lábios sedentos dos teus, envolvidos no carinho dos beijos molhados que as nossas bocas desembrulham, quando as nossas mãos descobrem a doce felicidade que queremos dar um ao outro, esta noite, amanhã e pela eternidade do Amor que nos une.
Sexta-feira, 23 de Dezembro de 2005

Estou vestida, apesar de me veres nua. Debaixo da minha pele, não sou o que vês, não sou o brilho que te ofusca, sou lágrimas que choro dentro, porque sou feita de dor e de solidão. Não sou a alegria que contagia, sou gritos e silêncios de dias tristes, em que nada quero e nada tenho. Não sou o sorriso, que encanta, sou um vazio tonto, sou uma força fraca que enfrenta a vida a todo o custo, e insiste em esquecer as desilusões, que a vida me oferece embrulhadas de cor, como prendas de Natal.
Não sou a voz esvoaçante que ouves, sou o eco de sofrimentos escondidos que deixo nas palavras que te dedico, disfarces que os meus dedos procuram cá fora, onde sei que tu me vês, e entre as quais, tento esconder a angustia que habita em mim.
O imponente Sol que insisto em ser, é afinal , a Lua Cheia, de brilho emprestado, a caminho de um ridículo baile de máscaras, onde as aparências iludem, e onde ninguém é o que mostra ser.
Quinta-feira, 22 de Dezembro de 2005

Procuro-te, quero envolver-te nos meus braços, quero sentir-te junto a mim. Num impulso de saudade, desenho-te no céu com os dedos, e através do teu contorno, vejo uma porta que se abre a outro mundo, o teu mundo, aquele que eu inventei, sem saber existir, um mundo perfeito, nascido à imagem, da tua e da minha essência, onde a magia se sente, o Amor se derrama sobre os nossos corpos nús, a ternura nasce dos nossos lábios quando nos beijamos e a doçura se entrelaça nas nossas mãos, que se fundem uma na outra.
No fragmento de um segundo, sinto-te e consigo abraçar-te, atravessamos eras, épocas e séculos, e quando os espelhos da alma se encontram, nada reflectem, nada vemos, porque nós dois, não existimos aqui...
...existimos um no outro, no nosso mundo feito de sonhos.
Quarta-feira, 21 de Dezembro de 2005

Nos teus olhos vi o amanhecer que me abriu de novo a alma, acordei a teu lado sem saberes, despertei as células adormecidas em mim e voltei a viver, renasci na areia que já tinha pisado, e colei-me a ti, estou contigo sem saberes, acompanho-te, sabendo que me sentes, na forma de um sorriso que te preenche, na forma de uma gota de perfume, que te lembra que eu existo, que te faz recordar aquilo que nunca fomos, e te faz desejar ter mais, do que nos demos um dia.
Hoje, reabri a porta que amanhã se pode fechar, quando traçares a tua noite por cima do meu Sol, quando disseres ao vento que não vale a pena, e quando as nuvens, cúmplices da minha tristeza, se juntarem a mim numa tempestade de lágrimas que serão as minhas e as tuas, porque eu sou tu, e tu és eu!
Sábado, 10 de Dezembro de 2005

(Foto de Paul Bolk)
Amanhã, não estarei aqui à hora marcada, estarei longe deste mundo de sonhos e ilusões que criei para mim, vou partir, mas não vou sozinha, levo-te comigo, levo as minhas mãos entrelaçadas na saudade que têm das tuas, levo espalhada nos meus seios, a maciez e a suavidade do teu toque, na minha boca saboreio ainda pedaços de ti que me ofereceste em beijos e ousadias, no meu pensamento ecoa a tua voz que me acompanha e na bagagem da minha pele, levo os teus dedos colados, relembrando-me o momento em que abri os olhos e te vi, quando me despertaste de um sono profundo.
Levo-te num abraço eterno que nos demos, numa praia onde me encontraste à tua espera, onde te sorri, quando adivinhei a tua chegada, onde o tempo parou e o vento me falou ao ouvido, de um Amor Puro, que eu já sabia sentir, desde a eternidade.
Amanhã à mesma hora, não estarei aqui, estarei aí, contigo
Sexta-feira, 9 de Dezembro de 2005

(Foto de George Portz)
Na minha alma de menina, existe uma ruptura, por onde a loucura inconsciente escoa, o choque com a realidade da vida, obscurece-me a visão, e submerge-me nos sonhos onde me encontro em ti, e me completo.
Na ansia de te encontrar, na espera eterna de ti e do teu olhar, tento fazer batota com os séculos, caminho um passo à frente de mim própria, o mundo real afoga-me, e a fantasia sufoca cada uma das horas do dia, em que amanheço numa outra vida, num outro corpo, num outro mundo que não é o meu.
Nos meus sonhos, os nossos rostos soldam-se, na doçura dos nossos cabelos, fundem-se, mostrando dois perfis de uma mesma alma, os nossos rostos brilham duplos, tal como o dia e a noite, corro a teu lado sem saber, como se fosse a minha própria sombra, sou a chama incolor do teu Amor, recupero tudo o que semeaste nos cofres do tempo, preservo de ti, o que há de indissolúvel, sou a outra metade de ti, e de mim própria, sou aquela parte que tu perdeste, e que reencontra o teu fundo em mim.
Entre a imensa multidão que nos rodeia, caminhamos separados, sozinhos e perdidos. Eu, encontro-me em ti, como tu, te procuras em mim, vagueamos rumo a nós, através do espaço e da eternidade que nos separa, e que um dia, nos voltará a juntar, porque nesta vida feita de momentos, apenas e só, o Amor é real...
Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2005

Embrulhada na meia-luz, que envolve o quarto, não consigo dormir, sonho-te, a clareza que a noite amanhece, não apaga a sombra que as tuas mãos deixaram na luz do meu corpo, ainda te respiro, ainda sinto na minha boca, a tua saliva, o sabor dos beijos, que as nossas línguas tocaram, os meus lábios estão dormentes, sentem a pressão dos teus, que me beijaram ardentemente sem parar, toda a minha pele ainda te sente, o meu corpo ainda não voltou à forma original, o espaço que preencheste em mim, ainda está pleno da tua presença, do teu mel, do teu Amor, as minhas mãos acariciam o vazio, e sentem todos os detalhes do teu corpo, como se estivesses aqui, os meus olhos vêem-te colado a mim, quando se fecham, e neste silêncio contido, a minha alma, voa através de loucuras inconfessáveis ao próprio ar, atravessa fronteiras, e chega a ti, beija-te a face, afaga-te os cabelos e sussurra-te ao ouvido, pedindo-te mais...
Quarta-feira, 7 de Dezembro de 2005

Foto de Dominique Lefort
Povoas-me o abstracto da alma com o teu corpo, num sereno crepitar que soa, incendiamos o ar com o calor do desejo, transpomos imagens, silêncios e palavras, onde tratamos o prazer por tu, contornas-me o rosto, entregas-me nas mãos a vontade férrea de te entranhares e misturares em mim, induzes-me a instantes de delírios que se soltam da minha boca, que beijas deixando-me fora de mim. Inventarias sonhos fantásticos feitos de Amor e loucuras, e com destreza, levas-me contigo, num doce caminhar em nossos corpos nus, rumo ao céu, onde carinhosamente me ofereces a tua estrela, envolta num orgasmo mútuo, louco e intenso, rematado por um abraço apertado, num brinde à atracção desmedida, que transpira dos nossos corpos cansados, amados e saciados.
Terça-feira, 6 de Dezembro de 2005

Inicio de Outono quente, sensualidade à flor da pele, numa dança de sedução, que as mãos abriram quando se tocaram, encontro de desejos entrelaçados, de sonhos e fantasias sonhadas, Amor semeado num jardim de palavras, escritas em folhas douradas e vermelhas, que se desprenderam das árvores e deixámos voar pela janela dos nossos sonhos. Vi e toquei os teus lábios, beijos de Verão que nos demos, bocas quentes que se colaram, fluidos que se misturaram, mãos que se prenderam, corpos que se deram e almas, que num instante, se apaixonaram. Sabia que cedo ouviria a canção da saudade, no Inverno que se aproxima, já sinto os dias mais longos sem ti, estão mais frios, mais cinzentos, agarro-me às memórias que me aquecem, e me fazem sorrir, porque sei que valeu a pena, mas acima de tudo, meu amor, sentirei sempre a tua falta, quando as folhas de Outono começarem a cair
"...But I miss you most of all, my darling, When autumn leaves start to fall..."
Segunda-feira, 5 de Dezembro de 2005

No crepúsculo da saudade guardada num livro fechado, procuro o índice de uma fábula de sonhos e realidades, olho em volta e vejo-te, em cada palavra que aparece no céu, desenhada nas nuvens que se dedicaram a acolher-nos. Dentro de mim, cresce e extravasa o Amor, que me adoça e me preenche, que me suaviza e amacia, que me queima e me deixa feliz, é eterno, é natural, é singelo, é magia e encanto, é uma bola de Luz, que trago dentro, que se espelha nos meus olhos, e me aquece a alma. Este Amor, sou eu e tu, num quadro pintado de paixão, de complementaridades e encaixes perfeitos, este Amor, é doce mel, derramado entre as flores e as folhas de um jardim qualquer, onde já não te procuro, amo-te apenas
Domingo, 4 de Dezembro de 2005

Cabelos ao vento, na brisa de desejo ardente, que sopra do meu rosto. Ondas de paixão, na candura do deslizar suave de um cisne, sobre as águas do lago onde amanheceu, um dia, o nosso Amor. Doçura que me toca a pele, ao som de uma pétala caída, de um qualquer malmequer, que em mim vem poisar. Calor de um raio de Sol perfumado, atirado a medo, do arco do Cupido, que certeiramente nos encantou. Outono feito de folhas manuscritas, que se soltam das nossas mãos entrelaçadas, e nascem como estrelas brilhantes, no chão apaixonado, por onde passamos. Incertezas lembradas e beijadas, ao luar, que nos iluminou a alma, numa escura noite de Lua Nova. Tardes soalheiras, de chuva e invernia, onde choram as nuvens, quando estão felizes e sorridentes, porque sabem que penso em ti. Pergunta matizada de querer, que sem saberes, te fazes, logo, amanhã e ontem, em busca da ansiada resposta, pura e despida, que hoje te ofereço, embrulhada na cor singela da saudade...
- Não, meu amor. Não te esqueci
!
Sábado, 3 de Dezembro de 2005

Perdida e despida entre as sombras que a luz produz, avanço e recuo sobre ilusões intemporais, não me movo, mantenho-me aqui, colada a ti, vagueio nas asas do sonho sob o teu olhar, suspiro quanto sinto que as tuas mãos procuram as minhas, sonho quando fecho os olhos e te consigo falar ao ouvido, beijo-te para te calar as palavras que queria ver tatuadas no meu corpo com a tinta, que dos teus dedos nasce, abro as minhas emoções em sentimentos que te quero dar sem retorno, subo pela incerteza da aventura e desço pelo teu peito onde me deito, abro os braços ao desejo que guardo em mim e prendo a minha voz com um sorriso, pego no papel e na caneta, solto a insaciável imaginação que me despertas, entrego-me a ti, hoje queria apenas escrever-te
Sexta-feira, 2 de Dezembro de 2005

Deitei-me contigo num sonho feito de Luz, onde tu, eras a própria luz, abandonei-te antes de te ver chegar, esperei-te de beijos guardados e abraços encadeados quando sabia que não vinhas, não te quis olhar, não te dei a mão, mas recebi-te nos braços, fechei os olhos, mas não selei os lábios, beijei-te, abri a alma, e amei-te intensamente, perdi-me em ti, chorei a ausência de mim, e voltei a encontrar-me mais feliz ao teu lado, quando um dia pisámos o mesmo jardim, quando me deste a mão e eu não tive medo, quando abri os olhos e descobri que é teu, o olhar com que sempre te sonho, quando me deito e, faço amor contigo, nos meus sonhos acordados
Quinta-feira, 1 de Dezembro de 2005

Olhos que se fecham, se entregam e se abandonam na emoção do momento em que as nossas bocas unidas loucamente se devoram, línguas molhadas e quentes que se movem, se tocam e nos invadem o íntimo em busca de mais estímulo, beijos ardentes que nos excitam os poros, num pulsar louco que nos inebria, prazer de um momento único de desejo que emana dos nossos lábios, que não se descolam porque se desejam cada vez mais, mescla de salivas que revelam todo o sabor do nosso corpo, emoções e sentimentos que afloram e extravasam do nosso ser, lume que acende o calor desta sintonia cósmica, que não sabemos explicar, almas que se derretem e se fundem neste instante, em que apenas com o nosso beijo, tocamos o céu e fazemos o amor acontecer
beijo-te