Terça-feira, 7 de Fevereiro de 2006
Aqui chegou o silêncio.
De um fabuloso dia mágico descolou-se uma misteriosa noite, os anjos polvilharam o céu de estrelas, e eu peguei nas letras e parti para uma outra dimensão...Mudei de casa!
Ousas espreitar?
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Segunda-feira, 6 de Fevereiro de 2006
Delírios sonantes e arrojados enchem-me de segredos perfumados apenas revelados nos teus lábios, que derramam nascentes de fantasias e devaneios, nos beijos escorregados que me ofereces.
Leve roçar de mãos em toques de carinho porém ousados, provocadores de suspiros e murmúrios soltos, abafados, perdidos e escondidos, entre a nossa pele deslizante, suada e sedenta de ternuras.
Língua tua, inquieta e deliciada que explora incansável, os profundos, húmidos e escaldantes recantos meus que encontras de olhos fechados.
Envolvido nas sensações de que também disfrutas, deixas-te ir num roteiro de loucuras inventadas no momento, conduzindo-me num doce e longo passeio, entre o prazer gritante do corpo e o extasiante arrepio que me faz estremecer deliciosamente a alma.
Domingo, 5 de Fevereiro de 2006
No ensejo partilhado de beijos trocados lábios colados, delírios e loucuras, sente-se no ar a fusão das duas partes etéreas que se desprendem de nós.
Para além do tempo exíguo que cabe neste instante, transbordam emoções, floresce a leveza das nossas almas e as essências trocam segredos e mistérios guardados apenas na voz dos anjos e agora desvendados em surdina.
A doçura do teu ser entranha-se profundamente na minha pele como um perfume raro e divino, quando a ternura do teu olhar ousa tocar-me levemente, e teu corpo me invade docemente num quente mar de mel e prazer.
No momento gritante de sensações que o silêncio não guarda, emanam de nós pequenos grãos de luz que confluem numa ténue espiral de brilhos. Numa leve carícia, sentimos o enlace do fio condutor que nos leva à eternidade, que nos une ainda mais um ao outro, fazendo-nos acreditar que o Amor existe na forma que lhe quiseremos dar.
Sexta-feira, 3 de Fevereiro de 2006
Fiz uma pausa e pousei o livro, deixei-o aberto à mercê da brisa que sopra da tua voz que me chama e encanta.
Fascinada, sigo o meu querer, não me impeço de correr sob a cor azul do céu dos meus sonhos e poiso no conforto dos teus braços abertos que me enlaçam.
Despertas-me os anseios, em carícias ardentes que as tuas mãos me oferecem, movidas pela sintonia mágica que flúi para além de nós. O desejo que escorre dos teus lábios húmidos dá-me a provar o sabor doce e quente da nossa paixão. Incendeio fantasias no fogo da tua língua que é um Sol imenso que me derrete os sentidos e me inflama deliciosamente a pele. Num olhar teu nos olhos meus, entreabres sensações profundas que guardo em mim, enlouqueces-me, enfeitiças-me e absorves por completo a minha alma para dentro da tua.
No grito sussurrado convidas-me ao êxtase do Amor, levas-me ao momento em que o palpável deixa de o ser e o mundo à nossa volta não existe, as bocas beijam e calam...
No silêncio que abraça o livro, deixo as palavras que não escrevo
Quinta-feira, 2 de Fevereiro de 2006
Todos os dias pinto de mil cores e formas as minhas letras, numa busca incessante da verdadeira essência que em mim existe. Inspiro-me nos traços ao acaso que a alma me segreda, quando rompo as paredes frágeis de uma dimensão paralela a esta.
Revejo-me nas palavras que me pingam dos dedos, como o pintor se revê no quadro, quando os seus olhos se tornam pincéis e o seu ser mais profundo se entranha na tela.
Escrevo nas cores que quero pintar a vida, escolho o brilho de um fogo imenso que não me queima nem me cega, cruzo ideias e espalho ilusões.
Deitada neste leito de verdades ocultas não desespero nesta tarde cinzenta que me roubou o encanto e me levou a magia. O meu olhar continua sereno, espreito a infinita janela do mundo, vislumbro o fim de mais um dia que me tinge a pele em suaves nuances de ausência.
Apática, deixo-me envolver na noite negra que me apaga por momentos, e aqui fico, quieta, perdida na resolução deste passatempo absurdo de saudade.
Nas mãos aguardo um novo amanhecer da alma que me traga de volta os sonhos, me acorde os sentidos, me desperte as emoções e te traga de novo para junto de mim em forma de encantamento.
Preciso de me dar, escrevendo…
Quarta-feira, 1 de Fevereiro de 2006
Amontoam-se palavras soltas no espaço infinito das folhas do meu caderno, pairo na dormência da inspiração. Lanço ao ar os dados deste jogo que me impus e espero que as suas pintas me ditem devaneios ao ouvido.
Contemplo a Lua estranhamente calada e no brilho das estrelas que riscam o céu procuro uma centelha de imaginação. Vasculho na nostalgia da noite escura uma ideia mais audaz, que me permita soltar os desejos e entregar à caneta, os momentos que fervilham no quarto escondido das minhas loucuras.
Atraso o relógio, acrescendo dias que não existem ao calendário das minhas fantasias, e sento-me, na indecisão de permitir que o tempo escreva a minha história, com as memórias que ainda não vivi.
Sem a bússola que me orienta o discernimento, enleiam-se o passado, o presente e o futuro, entrelaçam-se nas minhas mãos perdidas e sem norte, os dedos paralisam na apatia deste momento devoluto de sonhos.
Sinto-me ausente de mim...hoje não escrevo...