As bocas desorientadas, perdem-se na ansia das línguas molhadas e inquietas, as mãos enlouquecidas e trementes, guiam os movimentos dos corpos sedentos, que se deslizam e tacteiam, na avidez do desejo de se terem, muito para além dos sentidos.
Num sorriso cúmplice, preenchido de luxúria, contemplamo-nos, os olhos, calados pelos lábios que se querem tocar, sussurram um ao outro, palavras de Amor que não se escrevem, porque não existem para além de nós.
Completamente perdidos na essência um do outro, transpões-me a alma e invades-me carinhosamente o íntimo, numa conquista mútua de sensações únicas, que nos fazem estremecer o âmago, e disparar o pulsar alucinado da nossa paixão. Selamos o momento com um abraço envolvente, que nos funde e nos une, como se fossemos um só.
O delírio pungente, lateja por toda a nossa pele, a mente desassossega-se, alvoroça-se o nosso sentir, e o êxtase chega de mansinho, serenamente, como o dia que começa a clarear a noite, para lá da linha do horizonte...